Urban Boundaries Movement

A metodologia de uma pesquisa conduz todo o processo de envolvimento e da participação de qualquer ser humano envolvido na mesma, regulando comportamentos, reificando conhecimentos, camuflando necessidades e estigmatizando práticas. É neste sentido que esta linha de pesquisa propõe o estudo da etnografia crítica como ponto de partida para a construção de metodologias ascendentes, abertas, críticas e envolventes, i.e. metodologias bottom-up. Nosso objetivo central é trazer à pesquisa o incentivo à tomada de decisões participativas a nível local (pesquisa, societal, etc.), através do envolvimento de todas as partes interessadas, bem como a obtenção de soluções integradas e sustentáveis para questões amplas, como a emancipação de comunidades multimarginalizadas (Mesquita, 2016),conservação da biodiversidade (Vasconcelos 2015) e sustentabilidade urbana (Vasconcelos, 2007). Desta forma entendemos que a pesquisa é uma ferramenta política, no sentido de uma cidadania ativa na  intervenção direta no processo decisório, que promove o encontro da diversidade local e deve buscar pontos de encontro entre os diferentes comportamentos, conhecimentos, necessidades e práticas do ser humano com (e no) ambiente em que está inserido. A capacitação, a transformação e a civilidade (Balibar, 2012) são conceitos chave para clamar à pesquisa ações que levem ao desenvolvimento coletivo rumo a um mundo mais justo, igual e sustentável (Turner, 2007). O estar com o outro, no processo de pesquisa, significa identificar sintomas locais que nos levem a refletir e atuar nos problemas globais. Os espaços dialógicos criados geram capital social, inteletual e político, num contexto de aprendizagem mutua coletiva e emancipatória. Nossa proposta dá uma alternativa inovadora, contrariando o atual movimento da ciência, e consequentemente da pesquisa científica, de ser realizada em esferas intocáveis por meio da corrente principal do conhecimento reconhecido academicamente. Tomamos como exemplos pesquisas bottom-up desenvolvidas nos últimos anos para despertar nossa discussão e criar bases teórico-metodológicas, sendo elas: Projeto Fronteiras Urbanas e Projeto MARGov.