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Mulher, Cultura e Participação Activa

Catarina Galinho

Joana Vieira

Kriolu, Amílcar Cabral e Paulo Freire

Elisângela Almeida

Isabel Freire

Sílvia Franco

Olhar juntos

Pensar juntos

Sentir juntos

Atuar juntos

Transformar juntos

"Não há ignorância absoluta e nem sabedoria absoluta, mas sim aprendizado mútuo.”(Freire 1992:14)





Os Círculos de Cultura têm a sua essência na pedagogia do diálogo (pedagogia da pergunta), as palavras geradoras envolvem-se nas questões fulcrais do quotidiano, dando significado à realidade social, cultural e política.


Paulo Freire (1987:44) afirma que a condição existencial do homem e da mulher não pode ser “muda” ou “silenciosa”, nem alimentar-se de palavras falsas, mas palavras que têm uma ação transformadora, como espelhado nesta citação “Existir humanamente é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles um novo pronunciar” .


Nesta linha de pensamento, o diálogo converge no encontro entre os homens, ou seja, o pronunciar o mundo não se limita na relação eu-tu. Esse diálogo é gerador de dúvidas existenciais, as quais são problematizadas, gerando debate, levando o grupo a analisar, a descodificar e a reconstruir a realidade. Assim, nos Círculos de Cultura, “o seu interesse central é o debate da linguagem no contexto de uma prática social livre e crítica. Liberdade e crítica que não se podem limitar às relações internas do grupo, mas que necessariamente se apresenta uma tomada de consciência que este realiza na situação social” (Freire1987:14) .


Num movimento dinâmico e holístico, o Fórum Fronteiras Urbanas – APOCOSIS 2013, apresenta seis Círculos de Cultura, com diferentes temas, que pretendem criar um espaço de diálogo vivo e de reflexão que estimulem o pensamento, os sentimentos e a partilha de experiências. Num ambiente acolhedor e simples os participantes dos Círculos de Cultura experimentam a troca e a construção coletiva de saberes, gerando uma energia amorosa de autotransformação e de transformação da realidade.





Freire, P. (1992). Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

   Freire, P. (1987). Pedagogia do Oprimido. 17ªedição, Rio de Janeiro: Paz e Terra.
3 Freire, P. (1987). Pedagogia do Oprimido. 17ªedição, Rio de Janeiro: Paz e Terra.

CÍRCULOS DE CULTURA

Direito de Aprender



Madalena Santos

Água e
Direitos Humanos


Euclides Fernandes

Merces Sousa Ramos

Pedro Sarreira

Educação Social



Rosanna Barros

Margarida Belchior

Margarida Belchior



"Sou professora do ensino básico (1.ºCEB) há 30 e poucos anos. Tenho uma perspetiva emancipatória e cultural da escola, tendo aprendido muito com Paulo Freire e com o Movimento da Escola Moderna português, para além de muitas outras pessoas com quem me fui cruzando na vida. Também sou formadora de professores e investigadora, cruzando o domínio da pedagogia com o das tecnologias na educação. Estou a concluir a formação como diretora de sociodrama, na Sociedade Portuguesa de Psicodrama. Para saber mais: http://abeirario.blogspot.pt/"

convidados:

Noélia Tomás

Sónia Esteves

Eunice Ribeiro

Bruno Costa

 


"Sonhar" conjuntamente o que significa fazer parte de uma rede de "educadores sociais": construir esse significado a partir das experiências dos participantes, visando a cidadania democrática, participada, e a inclusão social, de acordo com uma perspetiva dialógica e de investigação-ação.

Rosanna Barros

é professora adjunta na Universidade do Algarve, com experiência docente em diversas áreas das Ciências Sociais (nomeadamente nas áreas de Animação Sociocultural e Políticas Públicas de Educação de Adultos). É  diretora do Curso de Educação Social e docente com responsabilidades de coordenação no mesmo mestrado da ESEC (U. Algarve). Tem diversos livros e artigos publicados nos domínios mencionados.

Atravessar Fantasmas





Raul Marques

Alexandres Pais

convidado:

Adilson Afonso

Daniel Miranda

 

Nós somos aquilo que aparentamos, mas não aparentamos tudo. Ao longo de nossas vidas aprendemos a nos comportar socialmente, a nos colocarmos perante o outro, a respeitar a lei e a ser a própria lei. Aprendemos modos de vida, de consumo, culturas e desejos. É no espaço social que encontramos as identificações que nos permitem ser quem somos, para nós e para os outros. A identificação com uma determinada cultura, uma família, um país, uma religião ou um clube de futebol, são parte das fantasias que nos situam e nos fazem ser quem somos. Mas sempre há algo que resiste a uma completa identificação com o social. Podemos ser pais, professores, esposos ou esposas, consumidores, mas por mais que tentemos descrever o que somos algo falha—o mundo simbólico, das palavras e dos papeis sociais que desempenhamos, parece nunca ser suficiente para nos descrever completamente. O que sou para os outros não é o que sou verdadeiramente, mas sem os outros não sou nada. O ser humano está sempre fora de lugar, em contradição consigo e com o mundo lá fora. Para resolver essas contradições o ser humano constrói fantasias que dão sentido e harmonizam o paradoxo que todos somos. Uma fantasia é uma defesa contra o que em nós insiste em não ser socializado. E é esse nada—que é tudo—que resiste, esse vazio de subjectividade, que nos permite, em momentos raros, colocar em xeque tudo o que temos sido até então. Jacques Lacan chamou a esses momentos “la traversée du phantasme”—atravessar o fantasma—, no contexto da cura psicanalítica. Slavoj Žižek transpôs este conceito para a sociedade, e mostrou a importância de atravessar as fantasias culturais, políticas e económicas que estruturam a realidade social de todos nós. Mas para atravessar o fantasma precisamos de nos identificar completamente com ele e com aquilo que ele é uma defesa contra: o sintoma. A Comunidade Terras da Costa é um sintoma de nossa sociedade. É um não-espaço, excluído do sistema legal e simbólico. É por isso mesmo um espaço único a partir do qual se pode questionar todo o sistema que o coloca “de fora”. Neste círculo de cultura pretendemos explorar o potencial que esta comunidade tem, por meio de estar excluída, para atravessar fantasmas culturais e políticos que também são os seus.

Pesca: Sustentabilidade e Sociedade

Mario Pedro

Lia Laporta

"Declaração Universal dos Direitos da Água"

 

 

A água uma substância tão comum, tão abundante no planeta em que habitamos!
Circula sem parar entre a “terra” e o “céu” criando as condições que permitem a continuação da vida na Terra, incluindo avida humana.
O reconhecimento da sua importância levaram a ONU (2010) a catapultar o direito à água potável e ao saneamento básico para Direito Humano.
O texto da resolução "declara que o direito a uma água potável própria e de qualidade e a instalações sanitárias é um direito do homem, indispensável para o pleno gozo do direito à vida".
O mesmo documento refere que cerca de dois milhões de pessoas, na sua maioria jovens crianças, morrem todos os anos na sequência de doenças causadas por uma água imprópria para consumo e por ausência de instalações sanitárias.
Assim, embora aparentemente abundante, sê-lo-á, de fato?
Cerca de 71% da superfície da Terra é coberta por água em estado líquido. Do total desse volume, 97,4% aproximadamente, está nos oceanos, em estado líquido. A água dos oceanos é salgada, imprópria para o consumo humano e para a produção de alimentos.
Sendo apenas cerca de 2,6% do total de água do planeta água doce é preciso preservá-la.
2013 foi instituído pela ONU como o ano dedicado à cooperação pela água. - “Ano Internacional para a Cooperação pela Água” -, demonstrando uma grande preocupação quanto às questões de preservação dos recursos hídricos.
Mas, não é apenas suporte da vida biológica sem ela não teria sido possível a revolução industrial (com a máquina a vapor) que levou às sociedades industrializadas atuais.
E, também é fonte de lazer, de fruição, …
A água substância praticamente incolor (ligeiramente azulada) transparente …  que sabemos nós sobre ela?
O direito à água é
                               direito à vida,
                                                        à saúde,
                                                                       à educação...

Lágrima de preta

António Gedeão

 

Encontrei uma preta

que estava a chorar,

pedi-lhe uma lágrima

para a analisar.

 

Recolhi a lágrima

com todo o cuidado

num tubo de ensaio

bem esterilizado.

 

Olhei-a de um lado,

do outro e de frente:

tinha um ar de gota

muito transparente.

 

Mandei vir os ácidos,

as bases e os sais,

as drogas usadas

em casos que tais.

 

Ensaiei a frio,

experimentei ao lume,

de todas as vezes

deu-me o que é costume:

 

Nem sinais de negro,

nem vestígios de ódio.

Água (quase tudo)

e cloreto de sódio.

Lição sobre a água

António Gedeão

 

Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.

 

É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.

 

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.

Direito de Aprender... de que se trata?

 

Parece que há um certo sentido comum sobre o que significa aprender, mas será assim tão comum? Deixamos aqui algumas frases de diversos autores que nos parecem suficientemente sugestivas para alimentar a nossa imaginação e futuro diálogo.

 

Por exemplo, Paulo Freire afirmou:

A aprendizagem é uma forma de exercício da liberdade que consiste na reconquista da palavra como forma de oposição ao poder que a domina.”

Aprender é uma aventura criadora, algo por isso mesmo, muito mais rico do que repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura de espírito.

 

E estas outras afirmações de Pedro Demo (2001):

A aprendizagem não é fenómeno apenas racional, consciente, ou desligado do nosso corpo; pelo contrário, implica sempre também envolvência emocional; (...) trata-se sempre de fenómeno histórica e culturalmente inserido, em grande parte inconsciente, mas sempre de caráter reconstrutivo; (...) não há aprendizagem adequada sem relação autónoma de sujeitos.

Aprender ultrapassa, assim, vastamente a esfera da escolaridade institucional, para inserir-se na vida como um todo e lhe definir grande parte do que seria seu sentido histórico; ao mesmo tempo que aprender representa a capacidade de mudar, sobretudo de se mudar, do ponto de vista da iniciativa do sujeito, assinala igualmente, o ambiente natural da dinâmica da realidade sempre em movimento dialético; não pensamos apenas quando ‘paramos para pensar’ ou quando vamos à escola, mas sempre, como condição natural.

 

E, finalmente, a palavra de Bunker Roy (2007):

No que nos diz respeito, aprender é um acto de fé, uma capacidade, um questionar, um elemento de curiosidade, um elemento de querer mudar. Tudo isto faz parte do processo de aprender e de desaprender das pessoas, todos aprendem juntos, aprendem diferentemente, mas aprendem juntos.

 

Neste Círculo de Cultura iremos tentar pensar em conjunto sobre quais as razões que podem justificar, hoje em dia, que se continue a sentir necessidade de falar em Direito de Aprender e de que formas podemos contribuir para que deixe de ser necessário explicitar esse direito.

 

convidadas:

Vitória Mendes

Solângela Afonso

Ana Paula Viana

Maria de Fátia Martins

 

 

 

Com enfoque, na mulher este Círculo de Cultura pretende através do diálogo exprimir toda uma ação, seja ela de índole social ou cultural, dentro dum contexto político-económico, que permita definir, de forma holística, todo o movimento desempenhado pelas mulheres.

 

Convidamos todos os participantes, a contar e partilhar a sua história através de uma foto narrativa. Para isso, bastará trazer uma fotografia acompanhada ou não de outros elementos, por exemplo um texto, um poema ou um qualquer objeto, para enriquecer e melhor demonstrar cada história.

convidados:

 

Abigail Tiny

Frank Seiler

Guilherme Brito

João Ialás

Abneyla Vaz

Maria do Carmo Domite

 

“Quem mostra’bo ess caminho longe, ess caminho pa Santomé?”

Este verso de uma canção, de autor desconhecido, cantada por Cesária Évora trouxe até à atualidade a experiência vivida e sofrida pelo povo caboverdiano, em tempos de imigração forçada para São Tomé, apesar do silenciamento nos diferentes períodos da época colonial.

 

As línguas crioulas surgem em contextos históricos de grande sofrimento, associados à escravatura e ao colonialismo.

As diversas línguas crioulas de base portuguesa e africana, o kriolu caboverdiano, o guineense, o santomense, o princepesense, o angolar, são faladas em diversos países africanos e nas comunidades imigrantes residentes em Portugal e noutros países.

 

O kriolu é, para muitos africanos, a língua materna, uma língua marcada pela oralidade, veículo da tradição e agregadora do sentimento de pertença nacional. O ênfase na oralidade favorece a formação de uma multiplicidade de variantes e também de narrativas acerca das histórias dos países. Narrativas que expressam visões contra-hegemónicas, de resistência e contestação.

 

Contudo, a própria flexibilidade que caracteriza as línguas crioulas permite também outras formas de relação com a cultura dominante, incluindo alguns tipos de troca, de influência mútua, de incorporação e mesmo de aceitação, como é sublinhado por alguns estudiosos.

 

Língua crioula, cultura e identidade influenciam-se e entrelaçam-se mutuamente, como as palavras de Manuel Veiga, autor caboverdiano, tão bem sublinham:

 

“Curiosamente, a escravidão, que é sofrimento e negação da dignidade humana, gerou um elemento patrimonial de que não só nos orgulhamos como também nos dignifica. A língua cabo-verdiana é, deste modo, a nossa bandeira cultural e um dos elementos mais significativos do nosso cartão de identidade”.

 

Neste Círculo de Cultura pretendemos partilhar conhecimento, vivências e sentimentos e reflectir sobre as ligações entre língua, cultura e educação, por isso, convocamos estes dois vultos da cultura que são Paulo Freire e Amílcar Cabral, que entregaram as suas vidas às causas da emancipação e da dignificação dos povos.

​lx  desenvolvimento humano

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